A cantora baiana foi a principal atração da noite de quinta-feira (28)
do 26º Festival de Inverno de Garanhuns
por DANIELA BATISTA
edição de texto CLOVES TEODORICO
fotos de CAMILA QUEIROZ
A noite de quinta-feira (28) começou fria e debaixo de chuva, quando Belinha Lisboa subiu ao palco Mestre Dominguinhos. Apesar da baixa temperatura, a cantora soube animar o público cantando músicas autorais, inspiradas em estilos latino-americanos, e também clássicos da música brasileira. Belinha, que possui 16 anos de carreira, se apresentou pela primeira vez no festival e, apesar de ser conhecida como cantora de forró eletrônico, apresentou um projeto paralelo inspirado em ritmos dançantes.
Com um repertório bastante variado, ela cantou de Alceu Valença a Mamonas Assassinas e ainda homenageou o cantor Dominguinhos, junto ao seu convidado Marcelo Francisco. Eles fizeram um dueto da música “Estou de Volta pro Meu Aconchego” e emocionaram a plateia.
Logo em seguida, veio o carioca de nascença e pernambucano de coração, Paulo Perdigão, apresentando o show do seu CD “Sonoras Batucadas”. Perdigão já havia se apresentado no Festival de Inverno anteriormente, em 2011, quando gravou inclusive o CD de um antigo projeto no Palco Pop. O cantor que leva samba, folia de reis e samba de coco em suas composições, confirmou sua paixão pelo estado que o adotou há 22 anos. “Recife foi o lugar que me deu o reconhecimento, porque toda a minha vida no Rio de Janeiro, eu nunca tive esse reconhecimento, então ele veio aqui. É aqui que eu defendo esta terra, pra onde eu vou, eu defendo Pernambuco. Não posso fazer outra coisa a não ser isso, é uma gratidão pela terra e pelo povo”, ainda fazendo jus ao samba de gafieira.
O pernambucano Jorge Riba foi o terceiro a se apresentar e levou com ele a Orquestra do Sucesso, um projeto de Parrô, Claudio Negrão, Zé Cafofinho e Marco Axé. Jorge e seus parceiros musicais deram ao público um show inspirado nos terreiros de samba, candomblé e salões de gafieira do Recife e Olinda.
Margareth Menezes animou a multidão que se encontrava na Praça Cultural Mestre Dominguinhos ao cantar músicas de dois cantores que a influenciaram e influenciam até hoje: Caetano Veloso e Gilberto Gil. O projeto, que começou a partir de um tributo, em 2012, quando ela cantava composições deles, acabou ganhando forças e virou uma turnê. “A homenagem que eu presto a eles é pelo reconhecimento de tanta coisa bacana que eles trouxeram para a música popular brasileira, assim como os outros artistas da época. A geração de Gil e Caetano trouxe um legado que a gente nunca vai conseguir ter a dimensão disso, que até hoje continua influenciando as novas gerações”, enfatizou.
A cantora apresentou os clássicos dos cantores baianos e ainda performou algumas músicas de Alexandre Leão, violonista, compositor e membro de sua banda. A cantora contou que para 2017, está com o projeto “Rebeldia Nordestina”, que cantará músicas de compositores que formaram sua personalidade musical e que pertencem à região, como Belchior, Fagner e Zé Ramalho, dentre tantos outros, para comemorar os 30 anos de sua carreira.
Margareth ainda frisou a importância de um evento como o FIG. “Eu acho que cada vez mais a gente tem que criar festivais que engrandeçam a nossa cultura. Afinal de contas são tantas informações, tantos universos, misturas e tanta beleza. […] Já tive a oportunidade de estar com Naná (Vasconcelos) algumas vezes nos palcos da vida, então para mim, cada vez mais tem que existir festivais com essa dimensão que é o FIG, me sinto muito feliz de estar aqui, é um festival de qualidade e bom gosto, isso é importante para nós”, finalizou.