Evento foi realizado durante 24 horas em Garanhuns, a única representante do Nordeste
por EDMÉA UBIRAJARA
6 de junho de 2017
Ao final de 24 horas intensas de programação, os dez times formados durante o Hack a City apresentaram soluções tecnológicas para problemas práticos da sociedade. Entre os exemplos de temas tratados estavam segurança, saúde, turismo, meio ambiente, infraestrutura, mobilidade e urbanismo e gestão fiscal. Os vencedores foram Walk a Bit (mobilidade urbana), Stay Live (economia colaborativa) e Recicla Mais (coleta seletiva). A iniciativa aconteceu neste sábado (3) e domingo (4), por meio de uma articulação da Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas (RBCIH), em parceria com a Prefeitura de Garanhuns, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Gerência de Tecnologia da Informação.
O sucesso do Hack a City, realizado de forma ininterrupta, ficou claro desde as inscrições, quando mais de 200 interessados tiveram que passar por uma triagem para participar do evento somente em Garanhuns, já que havia apenas 60 vagas. Ao final do processo, os selecionados ficaram imersos em processos de construção de plataformas e aplicativos para tornar Garanhuns uma cidade melhor para os cidadãos. “Esse é o pontapé inicial para externar a todos a nossa capacidade intelectual e tecnológica”, disse a secretária de Desenvolvimento Econômico, Janecélia Marins.
Sempre com o viés social, as propostas possuíam um caráter colaborativo, no qual a própria população poderia contribuir para a viabilidade das ideias. Após a apresentação de ideias que abrangiam desde infraestrutura até turismo, os times foram formados e começou o trabalho dos mentores convidados, com experiência suficiente para alavancar os negócios de forma eficaz. De acordo com José Augusto Branco, gerente de Tecnologia da Informação, a mentoria é importante para demonstrar desafios que essas ideias enfrentarão na prática através do compartilhamento de experiências. “Vemos sempre boas ideias, mas que precisam se moldar ao contexto e às exigências do mercado. Por isso esse time de mentores foi tão importante”, explicou.
Os jurados convidados, representantes de instituições de ensino, do Governo Municipal e de empresas privadas, analisaram as propostas, apresentadas em pitches de três minutos, e decidiram quais as que apresentam maior viabilidade para continuar em operação e que causam um maior impacto social. O Walk a Bit, vencedor do primeiro lugar, apresentou a solução de transformar os problemas da cidade através da participação popular. A plataforma estimula os cidadãos a andar pela cidade, repassar necessidades encontradas e ganhar pontos com isso. Por outro lado, a Prefeitura poderia ter acesso às informações e solucionar as necessidades dos cidadãos.
O segundo lugar ficou com a Stay Live, que é um aplicativo de economia colaborativa na qual idosos e jovens podem trocar experiências e todos saem ganhando. Uma aula de piano, por exemplo, seria a moeda de troca para aulas de tecnologia. Já o terceiro lugar, a Recicla Mais, demonstrou a necessidade de desenvolver na população a responsabilidade sobre o melhor aproveitamento do lixo. Assim, quem realizar a coleta seletiva trocará esse resíduo gerado por créditos e descontos no comércio local, por exemplo. Cada uma delas recebeu uma premiação de R$2 mil, R$1,5 mil e R$1 mil, respectivamente, de acordo com a classificação. A menção honrosa foi para o Guia Amigo, que propôs a troca informações de equipamentos turísticos com os visitantes, alavancando ainda mais o turismo local. De toda forma, todas as outras propostas serão analisadas pelas equipes do Governo Municipal e, se viáveis, podem se tornar realidade.
Garanhuns foi a primeira cidade do interior do mundo a participar de um Hack a City. Neste ano, o evento foi realizado simultaneamente em países como Portugal, Inglaterra e Holanda.
MENTORES – O time de mentores foi formado por Francisco Fabiano (Tecnologias Cívicas e Saúde Digital, Ubit Tecnologia e LCE Science); Leonardo Lima (Design e Robótica Emotiva C.E.S.A.R.); Breno Jaruzo (Economia Criativa e Tecnologia, Porto Digital); Zenuel Lins (Tecnologia e Empreendedorismo, Grupo Tambaú); José Carlos Branco (Inovação Tecnológica e Empreendedorismo , Aging Tecnologia); Rômulo César Doutorando em Ciência da Computação, Universidade de Pernambuco e Faculdade dos Guararapes); Ellen Polliana (Doutora em Ciência da Computação, Universidade Federal Rural de Pernambuco); Arthur Braga (Design, Inovação Social e Cultura Livre, Produção Cultural); Geraldo Pimentel (Empreendedorismo e Propriedade Intelectual, Instituto de Tecnologia de Pernambuco); Janael Martins (IoT (Internet das Coisas) e Sistemas Embarcados, JMVTI) e Juliana Santos (Mestre em Desenvolvimento Urbano, Prefeitura Municipal de Garanhuns e Ju Santos Arquitetura).
JURADOS – Formaram o grupo de jurados: Alixandre Santana (Doutor em Ciência da Computação, Professor da UFRPE); Arthur Costa (Graduado em Administração de Empresas, Assessor do Grupo Ferreira Costa); Euzileide Suianne (Mestre em Engenharia Civil, Presidente e Professora da AESGA); Gustavo Lira (Mestre em Turismo e Gastronomia, Professor da AESGA); Janaína Branco (Mestre em Design da Informação, Assessora de Design e Moda da Secult-PE/Fundarpe e Curadora da Fenearte); João Luiz da Silva Junior (Especialista em Gestão Pública e Administração de Projetos Sociais, Secretário de Turismo, Desenvolvimento Econômico e Tecnologia da Prefeitura de Olinda e Auditor Fiscal da SEFAZ-PE); Marcos Renato (Doutor em Ciências Veterinárias, Professor da UFRPE); Ornilo Lundgrem (Especialista em Gestão de Negócio, Professor da AESGA) e Wanderley Lopes (Especialista em Gestão Pública, Assessor de Gabinete da Prefeitura Municipal de Garanhuns).