Programação cênica enriquece FIG 2016

Os espetáculos são realizados no Teatro Luiz Souto Dourado […]

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publicado: 29/07/2016 16h57,
última modificação: 29/07/2016 16h57

Os espetáculos são realizados no Teatro Luiz Souto Dourado

por RUTHE SANTANA
edição de texto CLOVES TEODORICO
fotos de NICHOLE DE ANDRADE

Quando se é criança, há sempre aquele desejo de querer crescer logo, querer ser adulto, querer viajar, conhecer novos lugares e criar novas possibilidades. Foi baseado nesse sentimento que a Inquieta Companhia de Teatros do Ceará desenvolveu a peça “Esconderijo dos Gigantes”. Mais de 300 pessoas estiveram na manhã desta sexta-feira (29), no Teatro Luiz Souto Dourado, para assistir ao espetáculo, que é voltado para o público infantil. A apresentação faz parte da programação cênica do 26º Festival de Inverno de Garanhuns (FIG).

O espetáculo de sons e movimentos traz um novo conceito para o teatro. Nenhum dos dois atores são protagonistas, nenhum é vilão, nem mocinho. O enredo é constituído pela narração de fatos de pessoas que querem partir, outras que querem ficar e como isso é desenvolvido no diálogo dos personagens e associado à vida real. “Você, enquanto é criança, não está satisfeito com o que você tem ou como você é. E também essa questão de querer sair. Querer conhecer outros lugares. Então a gente faz um encontro de duas figuras. E o conflito da história, diferente do que já é comum, não está nesse conceito de bruxa má que vem e faz o mal todo, mas nesse processo do desenvolvimento da criança. Apesar de ele ter começo, meio e fim, o fim dele ainda é um pouco aberto, ele promove uma possibilidade de continuar”, comentou o diretor do espetáculo, Andrei Bessa.

Ainda de acordo com Andrei, o teatro tem a característica de promover encontros. “Uma música, você consegue ouvir em casa. Um filme, você assiste em casa. Uma literatura você consegue ficar ali sozinho. Você não fica com quem faz a obra. Então o teatro promove esse encontro. A palavra maior desse espetáculo é o encontro. Encontro entre dois seres diferentes, entre o público e quem constrói a obra, e ele consegue promover isso. Queria parabenizar o FIG porque ele faz com que as outras linguagens também sejam a partir desse encontro. Mas o teatro carrega isso na sua essência. Para ser teatro tem que haver o encontro”, completou o diretor.

E se a peça era sobre o fato de partir, nenhum lugar poderia ser mais adequado para sua execução do que um teatro que já foi uma estação de trem. “A estação é esse lugar onde pessoas vêm para partir, para conhecer novos lugares, novas pessoas, vêm para encontrar outras, abrir novos caminhos.  É enriquecedor você, enquanto criança, sair de casa e vir à um teatro como esse, que é um teatro sobre partir, então pra gente foi muito rico poder estar aqui hoje”, afirmou Andrei.

Apesar de ser voltado para o público infantil, o teatro contou com uma grande quantidade de adultos e até idosos, que assistiam atentamente ao espetáculo e se envolviam com a história, a exemplo da garanhuense Claudjane da Costa, que trouxe sua filha para assistir ao espetáculo. “Eu achei muito boa mesmo. Uma peça muito interessante, principalmente para crianças. É importante ter aqui peças infantis. E isso é cultura, então é sempre bem-vindo”, pontuou.

No Teatro Luiz Souto Dourado, a programação será encerrada amanhã (30), com o espetáculo infantil “Chica Flor contra os Monstros na Ilha de Fogo”, às 10h; e o teatro adulto “A Terra é Fogo sob nossos Pés”, à partir das 19h. Durante o FIG 2016, nesse polo, totalizam doze espetáculos de dança, de teatro adulto e infantil, compondo um importante retrato da cena contemporânea em diversos estados do Nordeste.

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Data: 29/07/2016
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